17 maio, 2008

Pai

Pai
João Lenjob

Os gestos nobres que sempre vivem por aí
Ainda estão a brilhar
O que se pode esperar, acontecerá, pai
Sei que fez o que fez e ainda fará
Com a ternura de um pai
Com a conduta de um ser
E com a gana de um deus, pai
Pois se já foi, seja sempre um pai
Que de tantos nãos que fizeram um sim
Que de cada vontade não vivida vem outra se realizar
Porque das vezes que não fui bom filho eu errei
Mas que seu nome carreguei pra haver tempo de reparar
E sei das hernaças éticas aprendidas que um dia hei de ensinar
Por toda vida, pai.

Hoje no Blog
Pessoas, todos bem? Bom, como sabem a atualização sextas e sábados à noite são excepcionais, mas como se trata do aniversário de meu pai, João (Porrete) Costa, resolvi dedicar-lhe esta poesia. Na foto comigo, ele ao lado da família, mãe e irmãos. Parabéns pai!!!! Obrigado!!!
Parabéns também para Ana Paula Lioni, linda e finíssima de Nova Era. Parabéns domingo para minha conterrânea Karla Defany, lá de Juiz de Fora e para o conterrâneo de meu irmão Marquinhos Untura, lá de Poços de Caldas. Felicidades a todos vocês.
Nada mais a falar do Atlético até esperar o próximo treinador. Para a Diretoria que sempre falo aqui com muito respeito o recado em nome da torcida: Sandri, Tite e Roth nunca mais. Do resto, fiquem a vontade.

Zélia Gattai Amado

Meu blog entra oficialmente em Luto Oficial pela perda da escritora Zélia Gattai, inesquecível esposa de Jorge Amado e integrante da Academia Brasileira de Letras, com muito mérito. A nossa literatura ficou muito mais triste hoje, com uma perda claro, que deiou vazio por completo aquele típico jeito baiano de nos conduzir a outro mundo, que só estavam presentes nos Gattai Amado. Adeuz Zélia!!!! Mais sobre ela abaixo.

Dados coletados no Terra - www.terra.com.br - A memorialista, romancista e fotógrafa Zélia Gattai Amado morreu aos 91 anos neste sábado, às 16h30, no Hospital da Bahia, em Salvador. A viúva do também escritor Jorge Amado estava internada desde o dia 30 de março com problemas renais, provocados por uma infecção urinária.

Em abril, a escritora passou por uma cirurgia para desobstrução do intestino e, em seguida, precisou ser submetida a uma hemofiltração. Desde então ela se recuperava na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital, mas seu estado de saúde piorou na madrugada desta sexta-feira.

Zélia Gattai mostrou seu talento literário aos 63 anos, incentivada por Jorge Amado, com quem foi casada por 56 anos até a morte do escritor, em 2001 aos 88 anos. O primeiro livro, Anarquistas, Graças a Deus, virou marco pelo valor histórico e cultural para o País, e lhe rendeu o Prêmio Paulista de Revelação Literária de 1979.

Ao todo, a escritora publicou dez livros de memória, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Muitos foram traduzidos para o francês, italiano, espanhol, alemão e russo.

Filha de imigrantes italianos, a escritora nasceu na capital paulista em 2 de julho de 1916, onde morou até a sua adolescência. Quando jovem, participava do movimento político-operário. Aos 20 anos, se casou pela primeira vez com Aldo Veiga. Desta união, que durou oito anos, teve um filho, Luís Carlos, nascido em São Paulo, em 1942.

Engajada, a escritora conheceu Jorge Amado em 1945, quando os dois trabalharam juntos no movimento pela anistia dos presos políticos. Admiradora do romancista baiano, se casou com o escritor no mesmo ano. A partir daí, a escritora começou a trabalhar ao lado do marido, passando a limpo seus originais e o auxiliando no processo de revisão.

Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, seu marido perdeu o mandato e a família precisou se exilar.

Com os familiares, Zélia viveu em Paris por três anos, período em que fez os cursos de civilização francesa, fonética e língua francesa na Sorbonne. Em 1950 se mudou para a República Checa, onde teve sua terceira filha, chamada Paloma. Durante o tempo de exílio, Zélia começou a fotografar, tornando-se responsável por registrar todos os momentos importantes na vida de Jorge Amado.

Em 1963, a família mudou-se para Rio Vermelho, Salvador, Bahia, onde Zélia se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem Incompleta. No jardim da casa, sob a sombra de uma frondosa mangueira, estão enterradas as cinzas de Amado. A casa será transformada em um museu dedicado à memória do autor de obras como Gabriela, Cravo e Canela e Dona Flor e seus Dois Maridos.

Em 2005, recebeu o título de cidadã baiana da Assembléia Legislativa, aprovado por unanimidade. "Na verdade, sempre me senti baiana, até por ter nascido no 2 de Julho, além de ter me apaixonado por essa terra mágica, após constatar que a descrição dos livros de Jorge não era mera ficção", declarou, referindo-se à data da Independência da Bahia e à obra do marido.

Antes da homenagem baiana, ela ganhou outros dois títulos de cidadã: o de Honra da Comuna de Mirabeau, na França (1985), o de Cidadã da Cidade do Salvador (1984) e a Comenda des Arts et des Lettres, do governo francês (1998). Recebeu ainda, no grau de comendadora, as ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986).

A obra de Zélia assegurou à escritora a imortalidade, em 2002, quando foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira que foi de seu marido e que tem como primeiro ocupante Machado de Assis. No mesmo ano, tomou posse nas academias de Letras da Bahia e Ilheense de Letras.

Livros publicados

1979 - Anarquistas, Graças a Deus (memórias)

1982 - Um Chapéu Para Viagem (memórias)

1984 - Senhora Dona do Baile (memórias)

1987 - Reportagem Incompleta (memórias)

1988 - Jardim de Inverno (memórias)

1989 - Pipistrelo das Mil Cores (literatura infantil)

1991 - O Segredo da Rua 18 (literatura infantil)

1992 - Chão de Meninos (memórias)

1995 - Crônica de Uma Namorada (romance)

1999 - A Casa do Rio Vermelho (memórias)

2000 - Cittá di Roma (memórias)

2001 - Códigos de Família

2002 - Um Baiano Romântico e Sensual

Prêmios e títulos

1979 - Prêmio Paulista de Revelação Literária

1980 - Prêmio da Associação de Imprensa

1980 - Prêmio McKeen

1980 - Troféu Dante Alighieri

1987 - Medalha Castro Alves, concedida pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia

1988 - Troféu Avon, como destaque da área cultural

1988 - Prêmio Destaque do Ano, pelo livro Jardim de inverno

1994 - Prêmio Alejandro José Cabassa, da União Brasileira de Escritores, pelo livro de memórias Chão de meninos

2001 - eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23

2001 - eleita para a Academia de Letras da Bahia e para a Academia Ilheense de Letras

Adriana Barbosa

Infelizmente foi em vão o pedido da Vera, amiga de minha mãe e tia criança em pauta. Deixo aqui meus votos de sinceros sentimentos em nome do blog, de meus leitores e de minha família a todos os parentes e amigos, amiguinhos e conhecidos da Adriana. Que ela esteja bem onde se encontra.

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