Carou Araújo
é que é assim: velocidade e vento. duas coisas maravilhosamente sedutoras. misturados com os efeitos alcoólicos, podem causar uma viagem imensa, com um quê de david lynch e lSD. eu fui.
era irresistível um passeio de moto depois de tantos anos de falta de oportunidade.
a bebedeira foi o suficiente pra não me deixar perceber que o condutor do veículo estava tão wasted quanto eu.
fomos.
muita velocidade; rua escura e deserta. era quase como desaparecer por alguns minutos. me deixei ir; 100, 120 por hora.curva 1, curva 2. curva 3 e de repente foi a hora. meus olhos já estavam fechados, minha cabeça virada para trás, o vento já tinha me levado. não sei muito bem como foi, mas eu apaguei.
acordei como a água gelada na minha cabeça.
- opa! assim não respiro - uma dor aguda no joelho esquerdo e no maxilar. abri os olhas e não podia ver com clareza. mas lembro de escutar o rapaz falando "caralho! eu perdi a curva".
- é, meu caro. deu pra perceber pelo meu estado. - ainda meio confusa.
ele falava várias coisas. algo sobre a mãe dele ficar irritada com o acontecido.
- ora, meu caro. isso é meio óbvio e inevitável.foi mal.
"fica aí que eu vou chamar alguém pra ajudar a subir a moto"
a inércia agiu.
então era isso. na hora eu me toquei.
a gente vôou mesmo. caímos de 3 a 4 metros dentro de um corregozinho nada limpo. [tia lu diria: "esgoto a céu aberto, minha filha!"]
então eu me toquei que talvez não devesse estar aí. escalei mato a dentro até chegar no asfalto e olhando para o lado esquerdo pude ver o local exato que caímos e o quão mal o garoto estava ao perder aquela curva tão descaradamente.
- querido, você não saberia onde anda essa curva nem se ela batesse na sua cara. você não perceberia... sério.
à direita estavam os dois capacetes jogados no chão.
lembro-me que, apesar de toda a confusão mental, eu me perguntei como eles teriam vindo parar ali, uma vez que não me lembro nem de tirá-lo da cabeça. mas talvez eu lembre da cena de uma viseira de capacete, boiando córrego abaixo, logo que acordei.
resumindo; era isso mesmo, pessoal. eu tinha me acidentado, estava perdida no meio de um local completamente desconhecido, com o óculos quebrado, toda molhada de uma água bem duvidosa, sentindo frio e sabendo estar bem machucada, apesar de não sentir nenhuma dor. efeito provocado pela bebida e talvez pelo susto do vôo gélido e úmido.
decidi que não queria mais ficar ali vigiando moto nenhuma, de garoto que eu nem conhecia. eu tinha era que sair dalí, e o fiz. sem culpa.
quem é que precisa de culpa às quatro da matina, no frio e toda molhada com água de esgoto? EU não!
Palacio
O meu horizonte é belo
Minha arte é um palacio
Minha vida é tod’alma
Como é grande o coração
E quando eu escrevo a alma
É de lá do coração.
Canta passarinho
Em qualquer lugar
Canta que é beleza
Pro mundo ecoar.
O meu mundo é singelo
Minha canção palacio
Minha cachaça é uma calma
Pra fazer uma canção
Eu preciso só de calma
Pra tocar uma canção.
Faça-me um desenho
Do que eu tanto escrevo
Faça a nossa terra
Primos versos e traços.
Nosso esquema é paralelo
O pensamento palacio
Lá onde eu bato palma
Para sua dedicação
E recebo a sua palma
Por abrir meu coração.
Palacio das artes
No belo horizonte
Eu escrevo uma canção
Você desenha a minha alma.
Versos e Traços
Texto: João Lenjob
Arte: Andreza Nazareth
Pessoas, blog de volta ao normal com a escritora e fotógrafa Carou, grande amiga, que está trazendo seu talento pro portal e com toda gentileza do mundo. Além do mais tem a Andreza Nazareth que recuperados os seus equipamentos, retornou ao blog. Espero que gostem. Quem quiser ver as fotos da Carou, clique Aqui e quem quiser conhecer mais seus textos, clique Aqui. Aproveito para agradecer todos os comentarios recebidos por ontem.
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Leonardo - LAZ
Santa Fantasia
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