29 abril, 2009

Dagoberto

Dagoberto V
João Lenjob

Em seu destino final cumprimentou a todos
E impressionou com suas atitudes ainda mais delicadas
Dagoberto trabalhava no famoso Cartorio dos Fontes
O Estabelecimento era o maior de Nova Era
Lá ele adorava trabalhar carimbando papéis
Era o que fatalmente sabia fazer como ninguém
Era a alegria do local pelo seu jeito tímido e doce
E assim trabalhava assobiando seus velhos clássicos
Fazia isso com uma precisa e brilhante melodia
Deixaria certamente de queixos caídos Liszt, Beethowen e Mozart
Atendia aos clientes sempre da forma mais simpática do mundo
Tanto que era preferencialmente o querido dos clientes
E se mantinha alegre ao se sentar pra ser o carimbador oficial
Mas vivia pensando nos enormes cachos negros de Rita Luiza
De alva estampa, sorriso discreto, olhar sereno
De corpo esculpido como uma musa do Renascimento
Mas ela era muito mais encantadora
Ele recordava da sua doce voz e seu jeito de santa
Do olhar alinhado e da sua tão chique vestimenta
Da sua leve maquiagem para uma vaidade tão sutil
Dagoberto então percebeu que não era tão feliz assim desde os tempos de Saquarema
Isso. O rapaz haveria nascido no interior norte do Rio de Janeiro
Foi lá onde deu seus primeiros passos e sorrisos
Ficou lá até seus cinco anos quiando seu pai se mudara.
Evidencia de uma transferencia para Minas Gerais.




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Dagoberto IV
João Lenjob

Dagoberto acordou sorrindo mais que o sol
Ao se espreguiçar já abordou na lembrança, Rita Luiza
E abriu, dançando, a janela recebendo a nova claridade
Amanhecia ali uma bela historia de amor
E aos passos de valsa arrumou toda a sua cama
Pegou novo paletó, listrado com diferentes marrons
Escolheu uma calça mais "vestível", porém xadrez
E na sua simplicidade uma camisa de linho vermelha
Calçou seu "dorkside" acreditando ser a hora boa
E sorria com a vida, agradecia até se lembrar de rezar
Fez suas oraões comovidas com o que a vida lhe dera
Tomou seu mingau de fubá com aveia e canela
Comeu suas duas "caturras" e tomou um escuro cafezinho
Chamava a vida de vida e dava bons-dias a ela
Saiu de casa como se a vida tivesse começado ali
Cumprimentava os canarios e sabiás, rosas e claro, "violetas"
Este era o grande e gentil Dagoberto indo ao caminho final
Saltitava, perambulava, caminhava, sempre feliz
Abraçava o vento sentindo ser Rita Luiza
E beijava o ar que surpreendia soprando seus pêlos sobre-labiais
Ele estava de bem com a vida, mais do que de fato era
Ele andava generoso com todos, mais do que o habitual
E de fronte ao serviço fez lembrar o clássico "Dançando na Chuva"
Virtude do seu grande estado de paz, pois sabem, tinha medo de chuva.




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Dagoberto III
João Lenjob

Dagoberto arrumou detalhadamente a cama
Sorriu todos os limites encontrados, com delicadeza
E sob a manta formosamente pronta outro detalhe
O lençol que cobre o leito também tinha seu nome bordado
E a fronha bege do travesseiro também
Como era feliz o simpático Dagoberto!
Sentou-se seguindo as cotidianas ave-marias e pais-nossos
E agradeceu "zilhões" pelo dia "in-esperado"
Ficou pensando nas alegrias e no amor de Rita Luiza
E sem peso na consciencia ele delirava
Se via sob as imagens barrocas de uma catedral
E sorria imaginando a competente hora do sim
Escolhia os padrinhos e até num barracão para dois
Ou para mais? Pois ele se questionava sobre a quantidade de filhos
E quantos?
Escolhia nomes de meninos e meninas e sorria
Rigoberto ou Dagorita?
Ah... ele nem ligava; gostava de todos
Gostava do nome, gostava da vida, gostava da Rita Luiza
Assim, olhando pro teto e vendo as estrelas sorrindo
A lua abordando o seu sorriso e despistando da janela
Até que salpicando todas as canções de amor ele descansou.




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Dagoberto II
João Lenjob

Depois dos momentos felizes que passara ele adentrou em seu lar
E antes do banho, deixou que o espelho colhesse o seu rosto
E a irradiação deixava o seu rosto até que um tanto rubro
E assim fantasiava tudo o que podia e também o que não podia
Sorria para si mesmo, de si mesmo e do seu sorriso
Brincava com sua imagem e hora, até soltava felizes gritos
Se sentia bobo, esperto, agradecido e também agradecia aplausos (a ninguém)
Dagoberto entrava sob o chuveiro como se tivesse marcado um gol
Ou varios, uma vitoria, um título, ou também muitos
Ele se repetia alternadas e desvairadas vezes o seu namoro
Até que se banhasse, se enxugasse e se vestisse
Escolheu um pijama azul céu bem curto (todos eram)
E coletou do armario sua cueca branca que havia o bordado: Dagoberto
Mas não se esperava dele o que era de certa forma, irreverente
O rapaz tinha um apurado gosto musical
Tanto que antes da janta pegou um "ká-sete" e seu tocador
Ligou o "play" e logo se ouvia a Nona Sinfonia de Beethoven
E na melodia da música ele "poetizou" cantando:
- Ela me ama!
- A Rita Luiza me ama!
- Eu a amo!
- Eu a amo!
Assim foi feliz jantar sua sopa de letrinhas
Ficava ordenando as letras formadoras da sua (então) namorada
Feliz, despediu-se de todos e se recolheu aos aposentos.




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Dagoberto - Parte I
João Lenjob

Dagoberto veio ver suas flores
Sem pretensão, escolheu a que veio gostar
Sem noção ou meta de nada, só do destinatario
(Dagoberto tinha media altura, bigodes russos
Era gordinho e até tinha medo de chuva e relâmpagos
Mas andava sempre estampando um largo sorriso
Era doce, educado e super generoso)
Depois que escolheu violetas, insistiu para inseri-las num buquê
Foi-se sorridente e satisfeito, ansioso e elegante
Assim caminhava o alegre Dagoberto
Com passos paulatinos para que fosse bem notado
Portando seu glamoroso buquê de violetas passeava
E cada sorriso gozado era a recepção imensa de prazer
Caminhava com sua expressiva pureza colhendo olhares
Queria chegar bonito à casa de Rita Luiza
Observando: vestia gravata borboleta verde e paletó azul marinho
Também uma calça "pega-frango" surrada, porém, muito limpa
Seus cabelos escorridos pelo calor do dia o deixava bem
Ao chegar em seu objetivo tocou duas vezes a campainha
Fora recebido atenciosamente por sua Rita Luiza
Esta, sentiu-se vislumbrada com o inocente olhar do nosso moço
Agradecida por aquele estranho presente (de grego) sugeriu-lhe um café
Depois de alimentado e de ter apreciado a amada ele partiu
Chegou em casa com a imensa sensação de aquisição de um par de alianças.




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