16 abril, 2008

Eufemismo

Eufemismo
João Lenjob

Quando a conheci meu bem
Pensei que fôssemos de outro planeta
Ou de algum além, muito além
Vi seus olhos sorrindo
Parecia ser só pra mim
Sentia-me ao seu lado, sem mais ninguém da vida
Por outro lado era você meu mundo inteiro
Sua presença me saciava completamente
O seu sorriso era o suficiente para a felicidade
O seu cheiro era sempre o mais perfumado
E sua pele era suave, como as pétalas de uma flor
O brilho dos seus olhos era maior que o brilho do sol
Nada poderia fazer sem você, sem viver com você
A primavera me tinha constantemente
E nem existiam em minha vida caminhos tortuosos e árduos
Mesmo que fosse tão duvidoso o futuro
Parecia que o mundo era só nosso
E como era bom fazer parte um do outro
E não sabia como era feliz e como era fácil viver
Até que a perdi,
Meu corpo começou a se desfazer
E minha alma ficou doente
A primavera apareceu cinza e nem as chuvas traziam trovões (porque estes brilhavam)
Somente as tempestades que jorravam do meu olhar
As noites ficavam imensas e os dias sempre vazios
Um jardim vazio, tudo vazio, sem flores, sem graça, sem cor
O meu eufemismo se limitava à esperança
Mesmo que a esperança não trouxesse nenhum sonho
Pois não existiam caminhos mais e não sentia o futuro
No meu peito uma dor crônica e inconseqüente
Nada me fazia crer, imaginar, acreditar e admitir que eu errei
Talvez errei por amar, me entregar, me abastecer de você
Errei por ter mudado de planeta ou ter ido até o além do seu lado
Equivocado com alguém que não era pra mim
Que o sonho não estava por vir e sim, que passou
Mas o pesadelo também veio e passou
Quando entendi que você não me fez feliz
Somente me fez sonhar, dormindo e acordado
Passear numa magia aurora que não é do meu mundo
Pensei que pudesse também estar passando pelo que eu passava
Tormentos, tristezas, lágrimas, melancolias e pior: decepção
Tempo perdido? Não, tempo aprendido e sobretudo, bem vivido
Difícil foi recomeçar, querer recomeçar, do zero, de novo
Deixar pra trás tudo que havia me acontecido e nem sequer querer lembrar
Limpar minha casa, quarto, jardim e pensamento
Iniciar o plantio de novas flores, de outras cores porém
Mas no meu mundo, muito aquém do além
E encontrar alguém que eu possa fazer feliz
E que sinta bem com o sorriso de meus olhos
Que me encontre nela no mundo dela, que é o meu
E que traga o céu e não nos leve até ele
Que brote comigo cada pedacinho do meu jardim
Com o nosso amor para fazer do meu sempre nosso
Do nosso sempre seu, do seu sempre meu, também nosso
Como uma nova vida que não seja um sonho
E que nunca nos deixe fugir dos pesadelos
Mas uma nova vida que seja pura, franca e verdadeira
Que abençoe com a magia aurora, mas da realidade
Com a vontade misteriosa de amar e de viver
Sem a necessidade hipócrita de um eufemismo
Mas com a história “ensinável” e realizável da vida.
Pessoas, todos bem? Eu acho que esta é uma das poesias que mais gosto. Na foto comigo as adoráveis Charlene e Zaninha, sábado em minha casa.

Parabénns pra Gabi Felipe, filha dos saudosos amigos Pepeco e Ivana, e também minha amiga e para também a queridíssima amiga de Monlevade Fernanda. Sucesso procês!!!

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