28 abril, 2008

Epifania

Epifania
João Lenjob

Ele veio muito terno e com vontade de ficar
Veio sereno, com tanto sonho que era difícil acreditar
Era tão doce e tão nobre que nunca poderia encontrar
Trouxe alegria e esperança que fez meu peito balançar
Inteligente, ético que eu jamais iria alcançar
Me assumia e me invadia como um ser de outro lugar
E carinhoso e todo calmo que eu poderia me entregar
Era honesto, íntegro e maduro como nunca aconteceu
Sabia sentir, sabia crer e como ninguém, sabia amar
Mas era muito e eu me achava tão pouco
Era o amor que eu nunca tive
Era divina a sua natureza e ingrata não aproveitei
Ele foi-se sem entender o que nem eu entendia
Ele era tudo o que sonhei e nem bem sei por que o deixei
Eu amei tão diferente sua magia de gostar
Eu encerrei-me como humana e como pude ele ferir?
E eu chorava e bem sei como pensava nele somente
Como uma semente bem plantada que nascia no peito meu
Que crescia como ele, paulatino e cordial
E nem sei por onda anda, se me ama ainda ou algo igual
Hoje ardo, tão sonha mesmo com outros que tentei
Conheço alguns tão delicados, graciosos que me servi
Mas pensei naquele conhecimento que me prendia totalmente
Outros chegaram bons na cama que me inspirei a entender
Logo vi o bruto em excesso que eu não queria assim pra mim
Tentei ser feliz tantas e tantas outras vezes e dele ficava a fugir
Mas o grão dele que em mim crescia não me deixava viver
Dormindo ou acordada a presença de sua epifania em mim
E sua presença foi parida nos frutos belos que ele me plantou
Nas decisões que hoje tomo pensadas no que ele faria
No amor como falava e na tristeza que eu entendia
No tratamento que igualava e da inexistente covardia
No olhar que me encantava e hoje é minha poesia
Na fala sempre educada que jamais se ergueria
Das lágrimas que eu deixava e que ele não permitia
Do sucesso que eu me sentia quando ao seu lado me encontrava
Do céu que quase ia quando ele dizia que me amava
Da forma como sorria quando em mim ele pensava
Das palavras que eu dizia enquanto ele as recitava
Do amor que eu não sabia e que, sábio, ele já acreditava
Acreditava como único e maior homem e esta mulher tarde me vi
Hoje posso para todo homem, mas nenhum pode para mim
E nem sei se ele me lembra ou se pensa um segundo em mim
Se tem outra e se está longe, mesmo estando ainda em mim
Se está perto eu tenho medo, de amar e ele não
De não saber como cresci e como há em mim outra mulher
A mulher que ele sabia e eu inocente duvidava (não esperava)
Do meu jeito ele entendia e eu nunca observava
Dos erros que eu cometia e sem perceber ele me ensinava
Dos buracos que eu caía e ele gentil me levantava
Do amor que eu não sentia e ele dizia que me amava
Ele generosamente amava um tanto que eu não podia
O sentimento ele jorrava e eu nunca absorvia
Do destino que ele citava e certas vezes até ria
Do jeito como gostava e eu não sabia que gostaria
Da felicidade que ele me fitava e eu não sabia que existia
Que existia um amor tão grande e nem sabia que era meu.

Hoje no Blog
Pessoas, todos bem? Eu adoro esta poesia acima, a estilo Buarque e espero que vocês a aprovem. Na foto comigo, durante a festa de aniversário da Julinha e do Arthur, filhos dos amigos Fred e Cristiane, Bruno e Tharic.

Parabéns hoje para minha querida e doce amiga Rafaelle Dolabella, adorável!! Tudo de bom procê!!!

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