21 janeiro, 2009

De Trem e Olhar Compatilhado

De Trem
João Lenjob

Vou voltar de trem
Vou ver meu bem
E matar tamanha saudade
Vou ver minhas pessoas
Ver os ladrilos e amizades
As casas por onde passei
A vida na qual vivi
Os lugares que um dia sonhei
E outros sonhos que já tecei.

Vou voltar de trem
Atentar também
Para os caminhos vaidades
E as imagens que mim guardei
Ver as esquinas que em mim conservei
As paisagens que então me toquei
Os rostos que já troquei
Das palavras que ainda não disse
E o coração que hei de trocar.


Olhar Compartilhado
João Lenjob

Foste sonho e duraste pouco
Foste noite inteira e dia todo
Céu estrelado e manhã de sol
Gotas de orvalho e canto passarinho
Soar de sino e apitos de trem
Carinho amigo e mãe preocupação
Mãos dadas e abraço apertado
Beijo esperado e sorriso lembrado
Risos sempre e olhar compartilhado
Carencia filha e irmã necessitada
Irmã ajudante e alma vezes calada
Vontade inesperada e tentativa graciosa
Música querida e poesia olhada
Coração batendo e saudade de ter
Saudade de querer e também viver
Saudade do passado e dos anseios futuros
Saudade enorme do então presente.

Foste sonho e duraste pouco
Caminhada exaltada e caminho sucesso
Angustia ansiosa e palavras não ditas
Pensamento constante e aquarela frustrada
Cores existentes e lua escondida
A noite acompanhada e também aumentada
A lua que aparecia sem a tua companhia
Companhia das flores sem o teu aroma
O cheiro inesquecível da terra molhada
Areia das praias e alegria das ondas
O verde das montanhas e o crescer das árvores
As folhas crescendo, brotando, encantando
Aparecendo, nos olhando e nos fitando
O fruto do peito e o colher imaginado
Imaginação dos poemas e saudade de recitá-los
A saudade de escrevê-los e também senti-los
Saudade de criá-los e depois tecê-los.

Foste sonho e duraste pouco
Duraste pouco em vez do bom muito
Foste natureza em seu infinito
O serpenteio dos rios e a corrente cachoeira
O brilho do diamante e a pureza da tentativa
O foco sempre certo, sempre sensato
O sonho iluminado e o acordar cheio de fé
O saltitar infante e a infancia interminável
A terminada lágrima e a lágrima sentida
O acelerar do sangue e ele que não termina
O arrepiar dos pêlos e o sereno mais gostoso
O interesse que não foge e a fuga fiel do pranto
O tanto que sempre dura e a hora que nunca passa
A passagem para o realizado e o realizado que não aparece
Não aparece e faz nascer a saudade
A saudade que sempre, sempre aparece
A saudade que nunca tem, enfim, um fim.


Pessoas, todos bem?? O Versos e Traços desta semana tem uma foto que eu fiz numa bela viagem que fiz de trem entre Belo Horizonte e Nova Era, cidades que tenho expressivamente em meu coração. Os versos são compatíveis, claro!!! Até mais e abraços!!

Parabéns para a minha amiga, modelo, belíssima e encantadora Gaby Summers, super gentil e doce!! Parabéns para o amigo sumido de Nova Era Bidu, que não vejo há anos. Quem acompanha aqui percebe que tem muita gente de Nova Era que não vejo há tempos, né?? Mas tá de boa. Aguardo todos eles. Felicidades e Sucessos!!!!

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