23 janeiro, 2008

Na Praça

Na Praça
João Lenjob

Porque não me deixaste em paz
E vieste atormentar assim a minha vida?
E estava em meu caminho
Feliz, despreocupado, sereno, tranqüilo
Meu coração em paz
Minha felicidade tão rumada
Como assim tão tolo te aceitei?
Estraguei meus sonhos
Desvencilhei-me
Já te modelei, já te projetei
Tão outra, completamente outra
Já te entendi, até me desentendi
Mas acreditei que fosses realmente outra
Depois me convenci
Que errei quando escolhi
Que erro! Tamanho erro.
Não era quem queria em meus planos
Pobre engano que assim fiz-me sentir
Uma doença que peguei
E certo de ser tão perpétua, me contagiei
Hoje não durmo mais
E me alimento mal
A vida mudou
Tudo mudou
Algo se findou
É tão triste o que já foi feliz
A morte chegou antes de eu me matar
Mas me mataste antes de tudo
Porém enfim a vida eu conheci
Estava em teu peito
Em teus cabelos, rosto, corpo
Estava em teu calor, em teu amor, teu odor
Pois estavas em minha vida
Em todo o meu pensamento
Sofri o que não tem tamanho
Sofri o que não tem existência,
Sobretudo não chorava
Nunca tive pranto
A tristeza não havia chegado a tanto
A decapitação veio em forma de decepção
Corroendo a minha alma, meu sorriso e minhas palmas
Fazendo minha poesia divina
Ser eterna e infinita
Meu pobre sentimento transformou-se em ricas palavras
E ainda estampo um sorriso apelidado de fachada
Por não querer dividir o quanto ainda estou ferido
Com ninguém
Ninguém merece
Como se eu tivesse a vida que jamais terei
Como se um dia acontecer o que eu sonhei
O que perdi e não ganhei, sorri e não chorei
E porque eu não chorei?
Porque o infiel orgulho veio te substituir
Fiz-me invencível e a derrota me venceu
Criei auto-controle e o descontrole me pegou
Dei-te o céu estrelado e a chuva me molhou
Leguei-te a inalcançável alegria e tristeza me alcançou
Um dia visitei a praça
Distraí-me a tantas flores
A tanta vida, a tantas cores
A outro mundo,
O que eu queria, galgava, sonhava
Pedia, clamava, esperava, projetava
Enfim chorei ao te recordar
Pois não eras uma flor e sim todo jardim
Era um verão mas parecia primavera
Era como se estivesses por ali me olhando
Observando a minha tristeza com cara de alegria
E o pranto sereno de quem tanto quis
Tanto pediu, tanto sentiu, tanto viveu
E eu apreciando com o coração todo partido
Todo dividido se querer sim, querer jamais
Tema, dilema, esquema, poema, tudo concentrado
Tudo acontecendo
Nunca foi tão frágil um lugar perto de mim
Eu mesmo digo que nunca fui sensível assim
Não podia entender o que assim acontecia
Meu sangue fervia, nada mais se enfurecia
O teu rosto aparecia em todo canto
Novamente o que era leve virou pranto
E assim sorrindo, chorava tanto
Sorrindo porque percebi que realmente havia conhecido o amor
Sem saber se era ruim ou bom
Sem saber se era uma escolha ou somente dor
Sem saber o porque de o amor acabar com a paz
E se eu tiver que viver um outro amor assim
Por favor meu Deus! Não quero mais.

Pessoas, todos bem? A poesia, fantástica. Uma das mais belas que já fiz. Na foto comigo, Manu, Adélia e André. Um abraço e até mais!!!

Parabéns para minhas queridas e adoráveis primas Luciana e Danielle Carneiro, que amo muito, apesar da saudade e para minha super-amiga lá do Sul, a Ângela Maragno. Felicidades!!

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